O SAQUE HISTÓRICO

África mon amour…

A história de escravidão, exploração e submissão dos povos africanos aos europeus e americanos descortinou uma enorme desigualdade econômica e social que vem desde o século XIX, proveniente do movimento do imperialismo, ou ainda conhecido como neocolonialismo, onde é possível verificar, a partir das fontes históricas, o relevante interesse da Europa pelo continente africano, apresentando como uma das maiores consequências para África – A Conferência de Berlim, realizada em 1884, em que reuniu 14 potências, inicialmente com foco principal no debate pela ocupação da região do oeste africano, acabou desencadeando, como parte desta trajetória, a partilha de todo o continente africano.

A missão civilizatórias foi a justificativa oferecida para a partilha da África, onde as potências europeias traziam argumentos enfáticos a respeito das relevantes benfeitorias do mundo ocidental que levariam ao continente africano, como forma de apresentar-lhes a modernidade a partir das novas tecnologias, a crença no cristianismo como forma de salvação e principalmente as novas alternativas de se findar com a escravidão, ainda muito presente em alguns países do continente africano.

No entanto, esta era apenas uma teoria infundada, pois o maior interesse era a exploração intensa sobre os países africanos.

A mais invasiva e subversiva dentre todas as ações dos europeus era o comércio e este intercâmbio fortalecia a base de cooperação entre africanos e europeus, os quais ambos demonstravam devido interesse ao desenvolvimento. Desta forma, os soberanos estrategistas africanos, regulamentavam o comércio, oferecendo aos mercadores africanos as maiores vantagens possíveis e igualmente aos comerciantes europeus cabia a negociação de condições que lhes garantissem os maiores lucros possíveis.

Em 1870, em nome do livre comércio, os europeus opuseram-se ao direito dos soberanos africanos de regulamentarem o comércio, esforçando-se para obter os maiores privilégios para seus negociantes, desta forma, eles encorajavam os soberanos africanos a endividarem-se gravemente junto aos bancos, manipulavam a dívida de modo a adquirirem, com antecedência, todo o direito sobre a produção agrícola e, de posse de todo este privilégio, continuamente enfraqueciam a economia dos Estados, debilitando o controle que os soberanos eram capazes de exercer sobre os mecanismos econômicos.

diante disto os europeus impuseram a vigilância de comissões internacionais das dívidas, fato que atingia a autonomia dos dirigentes, bloqueando as reformas e conduzindo a perda gradual da independência, praticamente sem combate.

O processo de estabilidade territorial iniciou-se apenas após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando os movimentos de independência ganharam força. Entretanto, ainda hoje, os estados africanos, na sua maioria, não possuem a mesma unidade cultural e linguística.

A África sempre representou sua potência, possuindo grandes reservas minerais, devido a sua formação geológica, datada do período pré-cambriano, sustenta regiões muito antigas, o que favorece a formação de minérios. O continente africano abriga aproximadamente 8% das reservas mundiais de petróleo, em média de 25% das reservas mundiais de urânio – material de altíssimo valor para a fabricação de energia nuclear, sem contar as reservas de antimônio, diamante, manganês, platina, cromo, além de ser produtor de ouro do mundo.

Cada uma das nações africanas é possível encontrar uma reservas minerais importantíssimas, damos destaque para: Guiné (bauxita), Uganda (cobre e cobalto), Sudão (ouro, prat5a, zinco, ferro), Congo, Gana, Botsuana (diamante).

Atualmente as empresas transnacionais das nações desenvolvidas (Estados Unidos, Canadá e nações europeias) continuam sendo as únicas beneficiárias destes recursos, conferindo ao continente africano uma intensa pobreza econômica.

O continente africano é minimizado às suas precariedades. A grande mídia não dá importância às riquezas de um continente tão ricamente diverso, ela não se preocupa em apresentar ao consumidor de notícias a diversidade africana, sua cultura tão desconhecida pela globalização, eurocentrismo e pela branquitude dominante. E, desconhecendo informações profundas sobre a história do continente africano, ficamos cada vez mais restritos à visão hegemônica de que o continente é atrasado, pobre, doente e precário.

Buscamos introduzir e ampliar o máximo de informações relevantes nesta revista para que possamos acompanhar a evolução das diferentes nações africanas em seus contextos socioculturais específicos e, ao encontro disto, aprendermos como sociedade, a reescrever a história de nossos antepassados, buscando conscientemente interromper o constante um sonambulismo acerca do passado para não mais perpetuar a exploração, a discriminação, o descaso e a invisibilidade ao continente africano, aos próprios africanos continentais e diaspóricos.

Cila Rocha – Dunyaben Educarte.

História geral da África VI – África do século XIX à década de 1880

Editor J. F. ADE AJAYI

ALVES, F. “Estereótipos e preconceitos relacionados ao continente africano, aos africanos em geral e a continuidade nos dias de hoje”. In: Sabiochronos.

Disponível em: http://sabiochronos.blogspot.com.br/2013/08/estereotipos-e-preconceitos.html>. Acesso em: 01 abr. 2020.

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